domingo, 19 de setembro de 2010

Não sou "prenda"

Não sou “prenda”
(Lola, 14.01.2007)

Sou gaúcha
Não “prenda”
Não sou “prenda”
Porque ninguém me prende
Ninguém me vende

Sou gaúcha
E se me prendo
É ao meu Rio Grande
E por onde quer
Que eu ande
Ando livre
Sem freio
Sem relho
Sem laço

O que faço
Passo a passo
Faço por mim mesma

Sou gaúcha
E seguro firme
A mão do meu gaúcho
Que também
Segura firme a
minha mão
E o chimarrão
Que a gente partilha
Olho no olho
Mão na mão
É a vida
Compartilhada
Dialogada
É a igualdade
Concretizada

Sou gaúcha
Não sou “prenda”

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Gaúcho Sangue

Em minhas veias
Corre gaúcho sangue
Nas teias
Da minha memória
Escorre
A história do Rio Grande!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Amargo e doce

O amargo
Que madrugo
Sevando o meu chimarrão
É pra viver doce
Como se fosse
De contradição
Em contradição
Que a vida pudesse
Ser vivida.

E é.

É feita do amargo
E é feita do doce

É feita do chimarrão
E do mate doce

Erva mate e mel
Erva-doce e o fel
De um chá de losna

E se não fosse assim
Não caberia em mim
Tanto doce
Que tenho pra dar
Pra falar
Pra adoçar
as amarguras da vida

As amarguras?
Preciso delas
Para adoçá-las
E com a minha doçura
Impregnar de doce a amargura

As doçuras?
Preciso delas
Para amargá-las
E com a minha amargura
Impregnar de amargo a doçura

Contradição?
É!
A vida é feita de contradição.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Não tem como não enxergar

Não tem como não enxergar
O que está mais claro
Que o claro do dia

Quer te fazer de cego?
Quer que o dia não nasça?
Quer a noite permaneça?

Não nego que sinto também
a tentação de também
não enxergar a situação
Isso me convém

Não nego que tenho também
a tendência de só ficar
na aparência da noite
na iminência da madrugada
mas madrugada só
sem dia

me alivia pensar
que não vou precisar acordar
que não vou precisar pensar
que não vou precisar avaliar
que não vou precisar mudar...

mas, não tem como não enxergar
o que está mais claro
que o claro do dia.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Espreita a noite

A noite espreita
Se ajeita
E deita sobre o dia
Já faz penumbra
Jaz a sombra
Que assombra quem procura
A estrada escura agora
Nada mais estrada
Parada

Mas não demora o dia
Que também espreita
Se ajeita
E deita sobre a noite
Pra estrada andar
De novo
Pra nada desviar o novo
Que precisa andar
Pra nada mudar
Sua rota
Sua meta
Seu rumo
Rumo à libertação...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sábia tabuada

Dores repartidas
São divididas ao meio
São metade

Alegrias repartidas
São multiplicadas
São o dobro

Sábia tabuada esta

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!
Muito obrigada pela visita. Volta!