quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Do Horizonte, do Sol, da Vida...



O horizonte
De monte a monte
Do ante ontem
Pro amanhã
Na manha da esperança
Que não cansa
De esperançar...

E o sol
Do arrebol ao pôr do sol
De sempre,
Sempre na manha também,
Bem quente
Envolvente,
Levando a gente a também
Não cansar
De esperançar....
Quem sabe um dia...
Quem sabe...
Sabe lá
O que um dia traz
Atrás do outro dia...
Quem sabe um dia!

E vêm muitos dias
Pela frente
Sempre em frente
Se a gente quiser
Venha o que vier
Quem sabe um dia
Quem sabe...

E a vida...
Do nascimento à morte
Do corte do cordão umbilical
À sorte de viver
E sobreviver bem ou mal
E renascer
A cada dia
Por muitos dias de sol
De horizontes
E esperança de viver bem

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Velha Lanterna Enferrujada

(13.09.1987)


Velha lanterna enferrujada
Pendurada na varanda
Lá pras banda
Do fogão
És eterna na memória
Lembrada pela história
Que iluminaste
Fraquinha
Com tua chama
Fininha
Que chama à lembrança
De tanta herança
De casos
E causos
Causados sob tua chama

Tu não me enganas,
Lanterna enferrujada
Não pareces nada
Mas nada deixaste de iluminar
Queimando a tua própria vida
Pra que a vida
Fosse iluminada

Velha lanterna enferrujada
Ilumina ainda
As esquinas
Que o progresso

Ainda não ilumina
Divina missão é a tua
Velha lanterna enferrujada
Pois ainda iluminas
As ruas
As calçadas
Os galpões
Os porões
Os barracos
Os buracos
Onde se busca
Uma nova sociedade
Que rebusca os valores
Que já iluminaste
Na história

E a vitória virá
E a vitória iluminarás,
Velha lanterna enferrujada!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008


Chuva de bênçãos

(Lola, 28.01.2008)

Bênçãos tantas

Ganham as plantas

Nesta manhã

Banhos de chuva

Banhos de bênçãos

Banham as manhas

Desta manhã

Banham

As minhas manhas...

domingo, 27 de janeiro de 2008

Rosas, lazer e prazer

Me disseram que as rosas não contam

Não contam porque nem espantam o frio

Nem matam a fome

Me disseram que as rosas são supérfluas

E que por isso

Não é preciso o povo ter jardim

Pra poder planta-las

E nem um salário suficiente

Pra poder compra-las

Me disseram que o lazer não conta

Não conta porque nem espanta o frio

Nem mata a fome

Me disseram que o lazer é supérfluo

E que por isso

Não é preciso o povo ter tempo

Pra poder curti-lo

E nem direitos

Pra poder exigí-lo

Me disseram que o prazer não conta

Não conta porque nem espanta o frio

Nem mata a fome

Me disseram que o prazer é supérfluo

E que por isso

Não é preciso o povo ter condições

Pra poder vive-lo

E nem sabedoria

Pra poder valoriza-lo

Me disseram tanto, tanto

Mas não me provaram nada

Pra mim

Continua assim

Que também as rosas

O lazer

E o prazer

Espantam o frio

E matam a fome

O frio de uma vivência inerte

E a fome por uma vida abundante

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Desenhos de Deus 1




(30.12.2007)

Espumas brancas

Brumas tantas

Que o mar desenha

Desdenha dos meus desenhos

Desenhos da minha imperfeição

Brumas brancas

Espumas tantas

Que o mar desenha...

Desenhos de Deus

Mar de Deus

Perfeição de Deus!

A brisa e eu


(27.12.07)

Brisa azul

Quando envolvida

Pelo céu

Quando envolves

O céu

Quando me envolves...

Brisa verde-mar

Quando o cheiro do mar

É o teu cheiro

O meu cheiro

Brisa fogo

Quando o sol da aurora

Te queima

E teima em queimar

Até virar

Por do sol

Brisa lua

Quando a noite

É minha e tua

E ficamos as duas

Nuas de máscaras

Nuas de farsas...

Ahhh, chega de disfarces:

Estar só com a brisa

É estar só

Só!

Cidadania











Democracia
É um dia eu
Outro dia você
Cidadania

Direitos iguais
É iguais direitos
E iguais deveres
Entre iguais

Igualdade
É
Ou não é

Curvas tantas...




(26.12.2007)

Nas curvas
Das estradas
Da vida
Me curvo
Submetida
A curvas tantas
Abismos
Barrancas
E
Lá pelas tantas...
Fim de linha!
Fim da estrada
E acaba a vida
Submetida
A curvas tantas
Abismos
Barrancas...

Há de se ter cuidado
Com as barrancas tantas...
Há de se ter cuidado
Com os abismos tantos...
Há de se ter cuidado
Com as curvas tantas...
Há de se ter cuidado
Com a vida
Tonta de viver
Por conta desta estrada
Danada estrada!...

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!
Muito obrigada pela visita. Volta!