quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Lutero





Lutero


Lutero
Severo consigo
Austero demais
E quanto mais
Se cobrava
Quanto mais se carregava
De culpa
Mais se torturava
Na desculpa
De ter que se salvar
Se safar do pecado
E o pecado
Vinha dobrado

Mas Lutero
Tão severo
Tão austero consigo
Conseguiu também
(ainda bem!)
Ver adiante
Mesmo diante
Da rigidez da lei
Da estupidez do
“Salve-se quem puder”
“Salve-se quem pagar”

Lutero conseguiu ver além
E descobriu bem certo
O que é que traz
A salvação
Pra perto de nós
Seres humanos
Tão humanos!

A nossa fé
É que conta!
Proclamava!


E é!
É por fé.

É preciso nos dar conta
Que na cruz
Jesus fez tudo
Sobretudo
Por quem mais necessita

Acredita!
É por fé

Não é no
“salve-se quem puder”
Não é no
“salve-se quem pagar”

Só Deus pode
Só Jesus paga
Com a morte de cruz
E só o Santo Espírito
Capacita
Pra levar uma vida
Absolvida
Salva
Na graça do nosso
Trino Deus!

Pastora Louraini Christmann, Lola
do  livro Celebrando em Poesia, página 114










terça-feira, 29 de outubro de 2013

Nós

Nós
Lola
 
Se de manhã
Me sinto mais eu
E se dentro de mim
Sinto mais a manhã
A cada nova manhã,
Então a cada nova manhã
Sou mais eu
E eu me permito
Ser cada vez mais eu
A cada nova manhã


E me permito mesclar
As minhas novas manhãs
E os meus mais ‘eus’
Às novas manhãs
E aos novos mais ‘eus’
De quem me acolhe
Depois que o dia já vem
Mais ele
Mais dele


Benditos dias
Que se refazem comigo
Depois de cada nova manhã
Depois de cada ‘mais eu’
Depois de cada ‘mais nós’


Nós que se perpassam
Que se entrelaçam
Na magia
De cada novo dia

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Preciso de ti, guria





Preciso de ti, guria!
Lola

Preciso de ti, guria!
Às vezes,
Aliás,
Muitas vezes,
No preciso dia
Em que precisas de mim!
Preciso de ti, guria,
Como confidente
Como ouvinte
Como gente
Que precisa da gente

Preciso de ti, guria
Pra prosseguir
De cabeça erguida
Sabendo que é assim
Que também precisas de mim



                                   Preciso de ti, guria!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A parábola do filho perdido


A parábola do filho perdido em versos
(Lucas 15. 11-32)
(Louraini Christmann – Lola)


Vou contar uma história
Que se encontra aqui na Bíblia
Quem a conta é Jesus
Ela derrama muita luz
Sobre a vida na família

Mas tem a ver com o todo
Do viver aqui no mundo
Que precisa ser direito
Que precisa ter um jeito
De um sentido bem profundo

A historia que Jesus conta
Começa mais ou menos assim:
Um homem tinha dois filhos
Um deles saiu dos trilhos
Agindo de um jeito ruim

Ele pede simplesmente
Que o pai reparta os bens
Não estava satisfeito
Em viver daquele jeito
Viveria como lhe convém

E o pai muito bondoso
Repartiu os bens entre os dois
O mais novo foi embora
Esbanjou, pôs tudo fora
Não guardou nada pra depois

Houve então naquela terra
Um período de muita fome
O rapaz foi trabalhar
Onde pensou em implorar
Pra comer o que porco come

Aí ele lembrou de casa
De como lá era tão bom
Que lá, como um empregado
Poderia ter seu ordenado
Sem nem poder pedir perdão

“Eu vou voltar para casa”
Foi o que ele então pensou
“Vou pedir pra ser empregado
Daquele pai tão adorado”
E para casa ele voltou

De longe, ao chegar em casa
O pai querido já o esperava
Os braços ele lhe abriu
E com ternura ele sentiu
Que o pai o abraçava e beijava

E o rapaz então lhe disse:
Pai, eu pequei contra Deus
E também contra o senhor
Não mereço mais o favor
De ser um dos filhos seus

Mas o pai que já estava
Com o coração cheio de perdão
Mandou que lhe trouxessem
Roupa, anel, sandália e dessem
Ao filho com a sua benção

E o pai na sua alegria
Uma grande festa preparou
E aos muitos convidados
Falou que este seu filho amado
Estava perdido, e se achou

Então o filho mais velho
Que trabalhava lá no campo
Ao ver toda esta festança
Toda esta música e esta dança
Pediu porque festejavam tanto

Um empregado lhe disse:
“Foi teu irmão que voltou
E teu pai com tanta emoção
Já lhe deu o seu perdão
E esta festa lhe preparou”.

O irmão nem quis entrar
Para participar do festejo
Veio o pai e disse que entrasse
E que da festa participasse
Como era o seu desejo

O filho mais velho então disse
“Pai, eu trabalhei tanto assim
Por todos estes longos anos
Tu faz uma festa pro mano
E nunca fez festa pra mim!”

“Você está sempre comigo,”
Então o pai respondeu
“Vem aqui me abraçar
E conosco festejar.
O que é meu, também é teu.”

“Era preciso fazer
Esta festa, meu filho amado
Pois este teu pobre irmão
Que está vivo, que está são
Estava perdido, e foi achado












segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Nada pela metade




Nada pela metade
Lola

Não quero nada pela metade

Quero a verdade pura
Quero pura verdade
Nada pela metade

Quero a liberdade toda
Quero toda a liberdade
Nada pela metade

Quero a dignidade perfeita
Quero perfeita dignidade
Nada pela metade

Quero a honestidade sã
Quero sã honestidade
Nada pela metade

Se fosse pela metade
Eu daria a metade de mim
Eu seria a metade de mim
E eu não quero nada
Pela metade

Eu quero
Tudo de mim

sábado, 12 de outubro de 2013

A lua do Diogo



A lua do Diogo
Lola
( para Diogo, a minha primeira criança)

“Lua!
Vem aqui!
Senta aqui
Pertinho de mim”
Dizia o menino
Assim
Do seu jeitinho
Assim, enfim!

E a lua vinha
Mansinha
Assim!
E o menino a tinha!


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Minhas muralhas





Minhas muralhas.
Lola

Muralhas 
Vistas de fora
São empecilho

Muralhas
Vistas de dentro
São proteção

Mas que bom
Que tem portão

Que bom
Que tem também sabedoria
Para saber o dia
E a hora
Para abrir o portão
E ir para fora...
E receber de fora...


Mas agora
Preciso voltar para mim
Preciso, assim, fechar o portão
Para dar conta de mim
Para ficar por conta
Assim
Em mim
Para mim
E poder, enfim
Abrir o portão outra vez
De vez em quando
Quando eu quiser


E souber a vez.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Se te digo NÂO



Se te digo não
Lola

Filho querido
Filha querida
Se te digo não
É porque não quero teu mal
É porque espero afinal
Que te dês bem

Filha querida
Filho querido
Só quero o teu bem
Se te digo não
É com o coração

Os erros que já fiz
Não precisas cometer também
Os acertos que já fiz
Podes acertar também.

E é bem por isso
Que te coloco limites

Limites de amor
Limites de atenção
Limites para te dar segurança
Limites para te dar confiança
Limites para te dar proteção

Filha querida
Filho querido
Se te digo não
É com o coração



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A esperança é de fato a última que morre




A esperança é de fato a última que morre

Lola

O cabelo branqueou?

O rosto enrugou?

O corpo encurvou?

E daí??

É o teu cabelo!
É o teu rosto!
É o teu corpo!

O tempo passou?
A vida voou?
A esperança esgotou?

Não! É claro que não!


Se o tempo passou,
Tens mais tempo pra passar

Se a vida voou
Tens mais vida pra voar

Se a esperança esgotou
Tens mais esperança pra esgotar


O tempo passa
Mas não passa por ti

A vida voa
Mas não voa sem ti

A esperança esgota
Mas não esgota em ti a vida
Esta vida
Que é dádiva
Que é graça de Deus


Com a graça de Deus!
Deixemos de viver
Só quando morrer

Que o tempo passe!
Vamos passá-lo
Do melhor jeito possível
Do nosso jeito

Que a vida voe!
Vamos voá-la
Do melhor jeito possível
Do nosso jeito

Que a esperança se esgote!
Vamos esgotá-la de vez
Só mesmo quando
Chegar a nossa vez
De parar de vez.
  
A esperança de fato

É a última que morre...

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!
Muito obrigada pela visita. Volta!