terça-feira, 3 de setembro de 2013

História ferida

 



História Ferida 

Lola

(fiz esta poesia no longínquo 18/09/89, no movimento das comunidades
atingidas pelas barragens no vale do Rio Uruguai)

Sem perguntar pra nós
Se a gente queria ou não
Se a gente podia ou não
Se a gente vivia ou não
O plano surgiu
Se definiu
E desferiu o golpe
De morte no nosso mundo

E o nosso mundo tão nosso
Que a gente fazia tão bem
Que a gente sorria tão bem
Que a gente vivia tão bem
Chacoalhou
E derrubou o sonho
Risonho de ter história

Mas a nossa história ferida
A gente defende na luta
A gente compreende na luta
A gente empreende na luta
Pra que o plano derrotado
Acabado
Seja levado ao fracasso
No compasso da organização

E nossa organização
A que a gente está ensaiando
A que a gente está sustentando
A que a gente está treinando
Faz deste plano de barragens
Uma bobagem
Que a mensagem da vida
Invalida
Na base da fé.

10 comentários:

  1. O mundo é opressor e temos sempre que lutar com isso.Parabéns.

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  2. Triste poema...de um rio cativo;

    Ele devia correr para o mar!
    Correr em liberdade!
    Mas o homem inventa as prisões, grilhões!
    E lá vai o rio, no suave deslizar,
    Tristeza de um rio sem Liberdade!

    Beso Lola...( Célia.

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  3. Um belo poema uma boa mensagem...
    Mas conflituo e polémico!

    Beijo Lola
    Célia Sousa

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  4. Olá Lola!
    Apesar do ano ser 1989, sua poesia é bastante atual.
    Organização e luta.
    Sempre...
    Grande abraço.

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  5. Poesia pura de intervenção e coragem. Força!

    beijinho

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  6. Hermoso y sentido poema fluyen los versos como el río cautivo de pena...
    Lindo mensaje
    Cristina

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  7. Um tema que não cae em desuso, trajetória que se repete com frequência. Muito bom seu poema amiga! Adorei sua inspiração!
    Obrigada por seguir meu blog do Mindim! Bjs!

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  8. Uma poesia muito bela e forte.
    Adorei cada palavra. Parabéns.

    Lápis,Papel e História

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